Reprodução/Paris Filmes

Sinopse: 

Ballerina se passa entre os eventos de John Wick: Capítulo 3 – Parabellum e Capítulo 4, e acompanha a história de Rooney (Ana de Armas), uma jovem assassina treinada na mesma escola de balé e combate de onde John Wick também saiu. Após o assassinato brutal de sua família adotiva, Rooney embarca em uma missão de vingança, caçando os responsáveis um a um.


Como já era de se esperar de um filme ambientado no universo de John Wick, Ballerina entrega sequências de ação muito bem coreografadas. A equipe de direção de dublês, responsável pelos melhores momentos da franquia, está presente e isso garante cenas de luta dinâmicas, criativas e violentas no melhor estilo "coreografia de combate".


Reprodução/Paris Filmes


Um dos pontos interessantes é justamente o fato de termos uma protagonista feminina. Isso muda o ritmo e a construção das lutas. Rooney não tem a força bruta de John Wick, então as coreografias apostam mais em agilidade, inteligência tática e no uso do cenário como arma. As perseguições, emboscadas e até mesmo os momentos de tensão são visualmente bem conduzidos.

Outro destaque positivo é a direção de arte. O filme mantém a identidade visual da franquia: cenários escuros, com iluminação estilizada, muito neon e aquele clima de submundo elegante e letal. Além disso, a trilha sonora tem bons momentos, com batidas que acompanham o ritmo da ação.




O maior problema de Ballerina está no roteiro e no desenvolvimento de personagens. A trama é simples até demais: uma história básica de vingança, com poucos reviravoltas ou surpresas. Em certos momentos, o filme parece funcionar apenas como uma ponte para conectar eventos entre o terceiro e o quarto filme da saga principal.

Ana de Armas, que em outros papéis já demonstrou carisma e força de tela (como em Entre Facas e Segredos e 007 – Sem Tempo Para Morrer), aqui parece um pouco apática. Falta peso emocional nas cenas mais dramáticas, e até mesmo nas cenas de ação, a entrega dela é correta, mas sem aquele impacto que personagens desse universo geralmente têm.


Reprodução/Paris Filmes

Outro ponto que pode decepcionar os fãs é a ausência de John Wick por boa parte do filme. Keanu Reeves faz uma participação, mas é breve e quase simbólica. Também temos a presença de outros personagens já conhecidos da franquia, como Winston (Ian McShane) e o Concierge Charon (Lance Reddick, em uma de suas últimas participações antes de falecer), mas nenhum deles tem um tempo de tela significativo a ponto de sustentar o filme.

Ballerina é um spin-off que expande o universo de John Wick de maneira visualmente competente e com boas cenas de ação, mas que tropeça na falta de um roteiro mais envolvente e de personagens realmente carismáticos. Para os fãs mais dedicados da franquia, vale assistir pelas conexões e pela continuidade do universo. Mas para quem não é tão fã de ação ou espera algo mais profundo e original, talvez o filme deixe a desejar.


Bernardo Israel

Incrivelmente Nerd